vendredi 16 octobre 2009

lundi 21 septembre 2009

mercredi 9 septembre 2009

um coraçao novo














Ela pediu-lhe um coraçao novo,
para lhe bordar outro destino.

Inez debruçou-se lenta e delicada,
para lhe ouvir os passos.
Esticou os braços e julgou toca-lo.

Ele chegou mais tarde, real.

( ... )

LM, 09

vendredi 4 septembre 2009

Carta de amor...











Aqui so me quedo num respirar comum
se o desejares ainda.
Nada me importa agora,
Jà vivi tudo fora de horas.
Escreveram tanta coisas sobre nos…
Nao estavas atento ao rumor da historia ?
Envolveram-nos em lendas e a fonte
foi cùmplice e chorosa.

Houve quem te julgasse com firmeza.
Nao sei se vou gostar de viver
numa eternidade fora da pedra.

Desprotegida andei eu quando te amava…

( ... )

LM, 09

dimanche 23 août 2009

La Reine Chute



La Reine Chute dans lLes mythes existent chaque fois qu’on les La vibration de la vie est bien au-delà du silence.
raconte________________________
Ils ont une mécanique bien huilée de l’intérieur,
à laquelle nous ne pouvons guère échapper !
Inez de Castro, la Reine Morte écrit des lettres d’amour,
des vraies-fausses lettres, qu’elle adresse à son amant Pedro.
Depuis 1982 je creuse autour du mythe et la légende
de leurs amours défendus,
devient une parole exposée, offerte, offerte !
La vibration de la vie est bien au-delà du silence.

La Reine revient pour changer son destin,
chaque fois elle nous place face à l’infini.
Elle s’arrache au marais intemporel de l’oubli
et nous place face à sa chute.

Dans le chaos vibrent les corps qui suivent
et portent leurs archéologies.
On vit une expérience du baroque qui façonne sa main
dans l’argile du temps.

Inez comme un faucon aveugle déploie les ailes et suit le vent.
Derrière roulent les ponctuations éphémères de l’histoire.
Pedro l’habille de soie verte pour la dernière des parades.
Elle remonte les marches et déjà l’oiseau se meurt par la bouche.
Son dernier baiser aura le goût des cendres.

( Bis)

LM, février 2009

dimanche 16 août 2009


Ela disse…

Ela procurava um rio dentro do mar eterno.
Provou-lhe a prata, engolio o sono
e nao lutou para subir à superficie.

Ela pediu-lhe um coraçao novo,
para lhe bordar outro destino.

Inez debruçou-se lenta e delicada,
para lhe ouvir os passos.
Esticou os braços e julgou toca-lo.

Ele chegou mais tarde, real.
A luz dele interrompeu-lhe o sonho.

Ela disse : fala-me da beleza là fora.

Amaram-se depressa, ele disse :
Sou esta fonte que te esquece,
amargo os cantos deste quarto.

Ele disse : Morro aqui contigo, neste amor.
Corro também , louco para te chegar
o beijo à boca.

Ela responde : Riu alto como a arvore,
balanço os braços até vergar o bambou,
numa tontura apago-te dos meus olhos.

LM, agosto 2009

jeudi 6 août 2009

desfio novelos


No espelho do mundo, este amor.
Vou deixà-lo apontado para o sol.
A mao do punhal brilha,
a ponta do aço abre-lhe a carne.
Inez cai no chao, é a sua ultima dança.
Os olhos jà longiquos impressionam
a pàgina onde escrevo a Pedro:
- Tu nao sabes amor, porque te vais sempre
tao apressado e a névoa que cobre os meus olhos,
é um rio imenso onde a dor escorre e me afoga num soluço.

Lanço novelos ao mar, bato à porta de estranhos,
anseio pela a minha libertaçao, devolvo-lhe a loucura
que me risca a testa, cicatrizo vazios.
Fecho os olhos e guardo a beleza no avesso do linho suado.
O seio d'Inez molda-se na mao do Infante.
Ele disse para ela correr e escreveu na agua o mar que lhe ia na alma.
Pétalas de prata tilintam no quadrante da janela,
anunciam o fim do abraço.

Ele debruça-se para a fonte e bebe-a.

Se eu fosse esse rio, lava-lhes o destino das suas maos infantis.
Adiava a morte, engolia-lhes a paixao.

Nos tumulos separados, um coraçao comum espreguiça-se até nos,
como adormecido.

Os amantes eternos, pairam por cima das coisas, como um mar antigo.

LM, julho de 2009

Desfio novelos




La vibration de la vie est bien au-delà du silence

Je vous le raconte :
Les mythes ont une mécanique bien huilée de l’intérieur,
à laquelle nous ne pouvons guère échapper !
Inez de Castro, la Reine Morte écrit des lettres d’amour,
des vraies-fausses lettres, qu’elle adresse à son amant Pedro.
.......LM

dimanche 28 juin 2009

Dernière lettre d 'amour...


Pedro,

Je me déshabille auprès de la fontaine

et j’écoute le merle enrouler son chant,

dans la force désobéissante du fleuve.

Il court caressant le flanc des berges.

Aiguë est le cri du paon qui se promène

Tout près de moi.

Etrange la beauté qui m’entoure.

Il me semble voir tout décollé du monde.

Une poésie scandaleusement nue et obscène

dans sa cruelle beauté.

Je vis maintenant et je peux mourir de suite…

( extrait de la dernière lettre d’amour)

LM_______2005

samedi 30 mai 2009

Numa renda de orgulho



Gala da Dança em Oeiras

Dia Mundial da dança , 29 de Abril 2009

... La Reine revient pour changer son destin,
chaque fois elle nous place face à l’infini.
Elle s’arrache au marais intemporel de l’oubli
et nous place face à sa chute.
Dans le chaos vibrent les corps qui suivent
et portent leurs archéologies.
On vit alors une expérience du baroque qui façonne sa main
dans l’argile du temps.
Inez comme un faucon aveugle déploie les ailes et suit le vent.
Derrière roulent les ponctuations éphémères de l’histoire.
Pedro l’habille de soie verte pour la dernière des parades.
Elle remonte les marches et déjà l’oiseau se meurt par la bouche.
Son dernier baiser aura le goût des cendres.

LM, O9

jeudi 28 mai 2009


Nocturnos d’Ineses

No lugar do rosto, uma noite antiga.

Qual é a boca que me come?

Sou uma espuma que sai da boca do mar.

Sobre o corpo d’Inez, Deus fragmenta a eternidade.

Voltarei com o mar nos braços

para lhe lavar o corpo

e devolver-lhe o rosto mordido pelo cao.

Inez, cénicamente ressuscitada

existe na mascara que me oculta.

Somos multiplos continuamente.

Embalo o vestido, lanço os dados

e ninguém me ouve.

O cao da Rainha é fiel e feroz.

LM, 09

dimanche 24 mai 2009

O resto é silêncio

Ah, que suis lasse de cette immobilité qui m’enracine à ma peine.

Je vous parle sans cesse mais l’écho court moins vite que votre cheval,

sinon monseigneur, vous auriez pu écouter enfin

cette malheureuse qui vous pleure.

Ai Mondego, suis-le mon prince père heureux mais si absent,

quand finira-t-il de chasser

Insouciant du danger que j’encours d’être ainsi ,

corps offert aux chiens du Roi ?!!!

Inez, Paris, Juin 1997



mercredi 20 mai 2009

Des mains habiles


« Ô douces querelles d’amants,

roulez sur ma peau, offrez-moi votre distant passé,

attendrissez mon cœur.

Ma raison possède des mains moins habilles que vos récits.

De l’eau sur de l’eau coule et emballe ma nuit.

Brisez l’horizontale attente qui me couche,

offerte aux regards de tous.

Libérez mon âme, laissez-moi emballer mon amant, son masque,

pour écouter le jugement qui nous rendra au monde :

face à face, Até ao fim do mundo. «

Inez, Lisbonne , 25.O6.O1

vendredi 8 mai 2009

carta de amor


UMA CARTA DE AMOR NUM CORPO DE APONTAMENTO UNIVERSAL

Uma lingua fora da Historia.



A vibraçao da vida esta para além do silêncio.

A lenda atràs do mito é uma palavra exposta,

Uma a lingua fora da historia.

A tragédia reside numa espécie de infinito.





O mito resiste ao movimento da roda da fortuna

Que enrola e pica,

Obliquando a narraçao .

Fica a renda de orgulho suspensa no abismo

Que a dança provoca.

Ficamos suspensos, abrindo à historia

O nome dos amantes. Voltarei entao com o mar nos braços,

Para lhe lavar o corpo e devolver-lhe
o rosto mordido pelo cao.

“ Branca e leve, leve e pura…”

Inez, cénicamente ressuscitada existe na mascara

Que me oculta.

Somos multiplos, continuamente.


LM, 6 de Maio de 2009-05-06 Paris

lidia martinez




LMartinezdansethéâtrecie

lmartinezcie@yahoo.fr

www.autre-cas.blogspot.com

www.cartasdeamordepedroeinez

mercredi 1 avril 2009

NUMA RENDA DE ORGULHO


Comemorações do dia Mundial da Dança

(29 e 30 de ABRIL 2009 – 21h30)

AUDITÓRIO MUNICIPAL EUNICE MUÑOZ

Para marcação de bilhetes (a partir de 1 de Abril )

Entrada Livre limitada à lotação do espaço.

Reservas por telefone - 214 408 547/ 214 408 524

Por mail - maria.gil@cm-oeiras.pt

APRESENTAÇÃO DOS ESPECTÁCULOS no CAFÉ da DANÇA

– Centro de Dança de Oeiras (Palácio Ribamar – Algés)

Dia 14 de ABRIL - 18h00

A Câmara Municipal de Oeiras, a Revista da Dança e o Centro de Dança de Oeiras associam-se para as comemorações do Dia Mundial da Dança de 2009 estreitando laços para homenagear alguns artistas portugueses que, pelas mais diversas razões, têm dignificado a dança em Portugal e no estrangeiro.

Entre eles contam-se Águeda Sena e Bernardete Pessanha - bailarinas pertencentes a uma geração pioneira da dança portuguesa - Graça Bessa e António Rodrigues, fundadores da Academia da Dança de Setúbal e da Companhia de Dança Contemporânea, Isabel Queiroz, bailarina principal do Ballet Gulbenkian (a título póstumo), Lídia Martinez, coreografa-bailarina que fez toda a sua carreira em França, Olga Roriz, bailarina-coreógrafa directora da sua própria companhia, Benvindo Fonseca, ex-bailarino principal do Ballet Gulbenkian e coreógrafo, Sílvia Nevjisnky, antiga bailarina das companhias de Paul Taylor e Lar Lubovitch e Alexandra Bataglia, bailarina e coreógrafa fundadora da Companhia Amálgama.

O seu trabalho, nem sempre devidamente reconhecido e suficientemente valorizado, merece, contudo, ser lembrado por aqueles com quem partilharam os palcos e que deles, generosamente, receberam gratificação artística e intelectual.

Quantas vezes em condições adversas, todos carregaram a tocha do "fogo sagrado" ultrapassando dificuldades, designadamente físicas e económicas, e mostrando uma inusitada perseverança e um forte amor pela sua arte.

Todos eles trilharam caminhos com obstáculos demonstrando coragem perante as adversidades e, acima de tudo, uma especial integridade no seu trabalho. Aquela de que se fazem os verdadeiros artistas.

Com este modesto contributo, as entidades patrocinadoras destes espectáculos - às quais se junta a comunidade da dança portuguesa -, esperam contribuir para dignificar a arte da dança. E também para que os artistas mais jovens vejam nos homenageados (bem como nos participantes) exemplos ímpares de trabalho, realização artística e, até, espírito de missão.

António Laginha

PROGRAMA do Dia 29 de Abril

18H00

Inauguração da Exposição ISABEL QUEIROZ – Uma Vida Dedicada à Dança e ao Ballet Gulbenkian

Inauguração de Exposição Uma Carta Coreográfica

Espectáculo de Dança

21h30

Primeira Parte:

Leitura da MENSAGEM do DIA MUNDIAL DA DANÇA (UNESCO) – António Laginha

Mensagem do Dia Mundial da Dança 29 ABRIL – 2009

Da autoria do bailarino-coreógrafo Akram Khan

Este dia muito especial é dedicado à única linguagem que, neste mundo, cada um de nós sabe falar. Uma linguagem inerente aos nossos corpos e às nossas almas, a dos nossos antepassados e dos nossos filhos.Este dia é dedicado a cada deus, guru ou avê que nos ensinou e inspirou. A cada cântico, impulso e instante, que nos incitou a mexer.É dedicado à criança que gostaria de se movimentar como o seu ídolo e à sua mãe que lhe diz “já o podes fazer”.Este dia é dedicado a cada ser com o seu credo, cor e cultura, que transforma as tradições do seu passado em histórias do presente e sonhos para o futuro.Este dia é dedicado à Dança. À sua miríade de dialectos e ao seu imenso poder de exprimir, de transformar, de unir e de deliciar.

Cerimónia de Homenagem

a LÍDIA MARTINEZ, SÍLVIA NEVJINSKY, BENVINDO FONSECA e ALEXANDRA BATAGLIA

apresentados respectivamente por Maria Reis Lima (bailarina-corógrafa), José Carmo Garcia (arquitecto), Barbara Griggi (bailarina-coreógrafa) e Risoleta Pinto Pedro (escritora)

Com projecção de fotos/ filme sobre cada homenageado

e distribuição de medalhas (António Laginha, pela Revista da Dança e representante da CMO)

Segunda Parte :

1 - Companhia Olga Roriz / Maria Cerveira – excerto de "Inferno" (canção por Amália Rodrigues)

2 - Manuel André e Inês Ferreira - “Nijinsky ou o Sentimento” (estreia absoluta)

3 - Tarikavalli – solo de Bharata Natyam – estreia absoluta

4 - Sílvia Magalhães (solo de obra de Thierry Malandin)

5 - Lídia Martinez - “Numa Renda de Orgulho” (estreia absoluta)

6 - Adriana Queiroz e Henrique Feist - dueto do musical "Cabaret"

7 - Ana Santos – “Murmúrio”

8 - Maria João Roldão - “3 Valsas Isadoráveis"

9 - Companhia Amálgama - extracto de "Mater"


Dia 30, um programa de Dança Clàssica,

consultar a informaçao no Centro de Dança de Oeiras.

jeudi 12 mars 2009

DIA MUNDIAL DA Dança

DIA MUNDIAL da Dança, 29 de Avril de 2009
Solo: " Numa renda de orgulho"

Um solo de Lidia Martinez,
o décimo sexto espectàculo
sobre o mito de Inez de Castro,

Desde 1984 Lidia martinez trabalha neste tema
e apresenta em vàrios paises do mundo peças coregràficas
inspiradas pela historia de amor entre Pedro e Inez.

Dia 29 de Abril às 21H 30', no auditorio Eunice Munoz,
em Oeiras um programa de dança contemporanea
vos serà apresentado.
Passarei todas as informaçoes num outro post.
Merci et à bientôt!
LM


vendredi 6 mars 2009

Carta de Amor de Inez a Pedro ( extracto)


Agudo o grito do pavão branco que se passeia por perto.
Estranha a beleza que me envolve nesse instante.
Parece-me ver tudo descolado do mundo.
Uma poesia escandalosa nua e obscena na sua cruel beleza...

FALAS DA CASTRO



Pedro,

Neste refugio onde a solidao é uma porta que nos fecha a boca,
o meu pensamento todo te é oferecido.
O silêncio testemunha desse dom e a meu recolhimento nele.
Nao quero ver para além do teu corpo
que me acolhe e onde me escondo,
nele encontro e bebo o mel do meu consolo.
Para quê este sofrimento que me tolhe a alma,
alagando os campos do Mondego
de tanta lagriam e dor ?

Para onde correm as sombras que caminham neles ?
Julguei mal a minha força, o cansaço fez-me prisioneira
cosendo-me a este espaço onde me guardas do mundo.
Adeus amor, o meu peito jà nao chora de te ver partir
e o meu braço é uma asa desprendida que te acena lentamente.
Senhor, eles jà me mataram antes do punhal.

Inez, Paris, Fevereiro 1994

Cartas de amor de Pedro e Inez

Me voici prête au dernier adieu, puisqu’il allège le peuplier

de ses feuilles sombres, tardives.

Il y a des roses qui habillent ma gorge de satin parfumé.

L’odeur m’apaise et la nuit rentre en moi par la bouche

Et fait éclater ma poitrine.

Ma peur se roule à tes pieds, se cache sous la terre que tu parcours.

Je suis l’oiseau poursuivi par les chiens d’un roi qui ignore tout de la passion.
Un insecte apeuré et ses ailes me crucifient à un destin

qui s’écrit par-delà un lit de pierre dentelée.

Je demande au vertige de ne pas rougir l’eau de notre fontaine,

qu’il tarde de le faire.

Le quart de lune décroisse encore sous le lourd

témoignage de ce crime.

Il est le seul témoin de cet abandon.

L’adieu est l’oraison que je répète au temps qu’ils me volent,

à la vie qui me reste.

Ma bouche ne bouge pas, elle boude.

Pedro, ne laisse pas la trahison lever le poignard

qui menace ma quiétude.

Reviens et protège-moi de tout ce qui me tue.

Fais-vite, le diable me colle son pas,

il me glace le visage de ses doigts impairs.

Inez, Paris Juin 1997

samedi 14 février 2009

vendredi 6 février 2009

le reste est silence ( extrait)


Dort, dort ma Reine, la quiétude du lieu te convient-elle ?

C’est moi ton Pedro, nous sommes seuls,

je sens ton âme éclairant la mienne,

dans la mort tu écoutes mon désespoir.

Parler, parler, laisse ton pauvre roi te parler ;

J’ai été ton loup, le bourreau qui n’a pas su t’épargner.

Dans mon royaume tu es deux fois reine.

Tout a été bon, tout a été béni !

Ah! Coimbra était notre mère, tout a fleuri, les champs, les berges,

les places se sont remplies, le peuple te saluait.

Le fleuve éclairé par les torches s’inclinait vers nos pas qui couraient à tes côtés.

Te voilà enfin, si proche dans ton éternité de pierre !

Cet amour me fait peur, le sommeil me prend…

Inez, cette nuit nous sommes frères, deux oiseaux morts partageant le même nid

Até ao fim do mundo.

.

mardi 6 janvier 2009

7 Janvier 1355, mort de Inez de Castro















Dernière lettre amour d’Inez à Pedro

Pedro,

Je me déshabille auprès de la fontaine

et j’écoute le merle enrouler son chant,

dans la force désobéissante du fleuve.

Il court caressant le flanc des berges.

Aiguë est le cri du paon qui se promène

Tout près de moi.

Etrange la beauté qui m’entoure.

Il me semble voir tout décollé du monde.

Une poésie scandaleusement nue et obscène

dans sa cruelle beauté.

Je vis maintenant et je peux mourir de suite…

( extrait de la dernière lettre d’amour)

LM_______2005

Cartas de amor