jeudi 12 mars 2009

DIA MUNDIAL DA Dança

DIA MUNDIAL da Dança, 29 de Avril de 2009
Solo: " Numa renda de orgulho"

Um solo de Lidia Martinez,
o décimo sexto espectàculo
sobre o mito de Inez de Castro,

Desde 1984 Lidia martinez trabalha neste tema
e apresenta em vàrios paises do mundo peças coregràficas
inspiradas pela historia de amor entre Pedro e Inez.

Dia 29 de Abril às 21H 30', no auditorio Eunice Munoz,
em Oeiras um programa de dança contemporanea
vos serà apresentado.
Passarei todas as informaçoes num outro post.
Merci et à bientôt!
LM


vendredi 6 mars 2009

Carta de Amor de Inez a Pedro ( extracto)


Agudo o grito do pavão branco que se passeia por perto.
Estranha a beleza que me envolve nesse instante.
Parece-me ver tudo descolado do mundo.
Uma poesia escandalosa nua e obscena na sua cruel beleza...

FALAS DA CASTRO



Pedro,

Neste refugio onde a solidao é uma porta que nos fecha a boca,
o meu pensamento todo te é oferecido.
O silêncio testemunha desse dom e a meu recolhimento nele.
Nao quero ver para além do teu corpo
que me acolhe e onde me escondo,
nele encontro e bebo o mel do meu consolo.
Para quê este sofrimento que me tolhe a alma,
alagando os campos do Mondego
de tanta lagriam e dor ?

Para onde correm as sombras que caminham neles ?
Julguei mal a minha força, o cansaço fez-me prisioneira
cosendo-me a este espaço onde me guardas do mundo.
Adeus amor, o meu peito jà nao chora de te ver partir
e o meu braço é uma asa desprendida que te acena lentamente.
Senhor, eles jà me mataram antes do punhal.

Inez, Paris, Fevereiro 1994

Cartas de amor de Pedro e Inez

Me voici prête au dernier adieu, puisqu’il allège le peuplier

de ses feuilles sombres, tardives.

Il y a des roses qui habillent ma gorge de satin parfumé.

L’odeur m’apaise et la nuit rentre en moi par la bouche

Et fait éclater ma poitrine.

Ma peur se roule à tes pieds, se cache sous la terre que tu parcours.

Je suis l’oiseau poursuivi par les chiens d’un roi qui ignore tout de la passion.
Un insecte apeuré et ses ailes me crucifient à un destin

qui s’écrit par-delà un lit de pierre dentelée.

Je demande au vertige de ne pas rougir l’eau de notre fontaine,

qu’il tarde de le faire.

Le quart de lune décroisse encore sous le lourd

témoignage de ce crime.

Il est le seul témoin de cet abandon.

L’adieu est l’oraison que je répète au temps qu’ils me volent,

à la vie qui me reste.

Ma bouche ne bouge pas, elle boude.

Pedro, ne laisse pas la trahison lever le poignard

qui menace ma quiétude.

Reviens et protège-moi de tout ce qui me tue.

Fais-vite, le diable me colle son pas,

il me glace le visage de ses doigts impairs.

Inez, Paris Juin 1997