dimanche 23 août 2009

La Reine Chute



La Reine Chute dans lLes mythes existent chaque fois qu’on les La vibration de la vie est bien au-delà du silence.
raconte________________________
Ils ont une mécanique bien huilée de l’intérieur,
à laquelle nous ne pouvons guère échapper !
Inez de Castro, la Reine Morte écrit des lettres d’amour,
des vraies-fausses lettres, qu’elle adresse à son amant Pedro.
Depuis 1982 je creuse autour du mythe et la légende
de leurs amours défendus,
devient une parole exposée, offerte, offerte !
La vibration de la vie est bien au-delà du silence.

La Reine revient pour changer son destin,
chaque fois elle nous place face à l’infini.
Elle s’arrache au marais intemporel de l’oubli
et nous place face à sa chute.

Dans le chaos vibrent les corps qui suivent
et portent leurs archéologies.
On vit une expérience du baroque qui façonne sa main
dans l’argile du temps.

Inez comme un faucon aveugle déploie les ailes et suit le vent.
Derrière roulent les ponctuations éphémères de l’histoire.
Pedro l’habille de soie verte pour la dernière des parades.
Elle remonte les marches et déjà l’oiseau se meurt par la bouche.
Son dernier baiser aura le goût des cendres.

( Bis)

LM, février 2009

dimanche 16 août 2009


Ela disse…

Ela procurava um rio dentro do mar eterno.
Provou-lhe a prata, engolio o sono
e nao lutou para subir à superficie.

Ela pediu-lhe um coraçao novo,
para lhe bordar outro destino.

Inez debruçou-se lenta e delicada,
para lhe ouvir os passos.
Esticou os braços e julgou toca-lo.

Ele chegou mais tarde, real.
A luz dele interrompeu-lhe o sonho.

Ela disse : fala-me da beleza là fora.

Amaram-se depressa, ele disse :
Sou esta fonte que te esquece,
amargo os cantos deste quarto.

Ele disse : Morro aqui contigo, neste amor.
Corro também , louco para te chegar
o beijo à boca.

Ela responde : Riu alto como a arvore,
balanço os braços até vergar o bambou,
numa tontura apago-te dos meus olhos.

LM, agosto 2009

jeudi 6 août 2009

desfio novelos


No espelho do mundo, este amor.
Vou deixà-lo apontado para o sol.
A mao do punhal brilha,
a ponta do aço abre-lhe a carne.
Inez cai no chao, é a sua ultima dança.
Os olhos jà longiquos impressionam
a pàgina onde escrevo a Pedro:
- Tu nao sabes amor, porque te vais sempre
tao apressado e a névoa que cobre os meus olhos,
é um rio imenso onde a dor escorre e me afoga num soluço.

Lanço novelos ao mar, bato à porta de estranhos,
anseio pela a minha libertaçao, devolvo-lhe a loucura
que me risca a testa, cicatrizo vazios.
Fecho os olhos e guardo a beleza no avesso do linho suado.
O seio d'Inez molda-se na mao do Infante.
Ele disse para ela correr e escreveu na agua o mar que lhe ia na alma.
Pétalas de prata tilintam no quadrante da janela,
anunciam o fim do abraço.

Ele debruça-se para a fonte e bebe-a.

Se eu fosse esse rio, lava-lhes o destino das suas maos infantis.
Adiava a morte, engolia-lhes a paixao.

Nos tumulos separados, um coraçao comum espreguiça-se até nos,
como adormecido.

Os amantes eternos, pairam por cima das coisas, como um mar antigo.

LM, julho de 2009

Desfio novelos




La vibration de la vie est bien au-delà du silence

Je vous le raconte :
Les mythes ont une mécanique bien huilée de l’intérieur,
à laquelle nous ne pouvons guère échapper !
Inez de Castro, la Reine Morte écrit des lettres d’amour,
des vraies-fausses lettres, qu’elle adresse à son amant Pedro.
.......LM